Ação de alunas de Medicina Veterinária surpreende docente

Na disciplina de Ciências Humanas e Sociais, do primeiro semestre de Medicina Veterinária, ministrada pela professora Ana Silvia Sanseverino Cione, os estudantes assistiram ao filme Ilha das Flores, no dia 18 de abril, e após a exibição foi proposto a eles que em grupos, fizessem de forma criativa uma apresentação que demonstrasse o aprendizado adquirido na aula.

Algumas equipes fizeram documentários, trouxeram comida para servir aos colegas de classe e o grupo da aluna Giulia Ribeiro Neves surpreendeu a professora. “Conseguiram relacionar o vídeo com os conceitos teóricos aprendidos, saíram do convencional tanto no material usado, na metodologia escolhida pelos alunos e na maneira de entender o teórico e o aspecto teórico e vivencia-lo na prática”, conta Ana Silvia.

Duas integrantes do grupo, Giulia e a Ana Luiza Sizanoski, foram ao centro de Campinas vestidas o oposto, uma bem arrumada e a outra de mendiga, para entenderem e vivenciarem a discriminação que essas pessoas passam diariamente. O que não estava na programação das alunas FAJ era encontrar o morador de rua, Silvio, que ensinaram a elas que a diferença muitas vezes vem desde a infância. As graduandas gravaram um depoimento do Silvio para exibir em sala de aula durante a apresentação do trabalho proposto pela docente.

“O depoimento dele foi mais como um desabafo e me emocionei muito ouvindo ele e tivemos essa iniciativaporque assistimos o Ilha das flores e a professora pediu para que fizéssemos uma apresentação criativa referente ao vídeo, que mostrava a diferença entre alguém que compra um tomate no mercado e julga não ser bom para o seu alimento e joga fora e outra mulher que tem que esperar os porcos escolherem a comida na Ilha das Flores, que é um lixão, para pegar o que sobrou e se alimentar e seus filhos. Então tivemos a ideia de gravar a diferença dos comportamentos”, explica Giulia.

Para estudante a ação foi além de um aprendizado escolar, mas social e pessoal. “Ás vezes esquecemos de pensar em outros tipos de igualdade, falamos sobre igualdade de negros e brancos, homens e mulheres, heterossexuais e homossexuais, mas esquecemos da igualdade de classe social. Não enxergamos um médico com os mesmos olhos que um morador de rua mesmo os dois sendo seres humanos e os dois sentindo frio, medo, tristeza, solidão e se sentindo mal quando são maltratados”, exemplifica a aluna.

O morador de rua contou que aos dois anos de idade sua mãe faleceu e o seu destino foi um orfanato que ficou até os 14 anos. Segundo Silvio, por não ter uma referência quando criança de um pai ou mãe e nem uma educação escolar a sua única escolha foi ter como casa a rua. “Ele tinha carência de ser ouvido e merece o devido respeito que eu tenho ou que qualquer um tem. Muitos moradores de rua não estão nessa vida porque querem e sim porque as circunstâncias fizeram assim”, finaliza a aluna de Medicina Veterinária da FAJ, Giulia.

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