Em 14 de setembro, 26 alunos de diferentes semestres (4º, 6º e 8º) de Arquitetura e Urbanismo da UniFAJ - Centro Universitário de Jaguariúna - conheceram o Parque Estadual da Ilha Anchieta, localizado em Ubatuba litoral de São Paulo, sob supervisão e companhia dos professores Adriana Carneiro e Thiago Garcia. O passeio foi conduzido por dois guias nativos, uma historiadora e um policial ambiental que os guiou pelas trilhas contando a história e lendas sobre o local.
Os estudantes puderam conhecer a Ilha por completo, como as Ruínas do Presídio, Trilhas Ecológicas, as praias e a história da ilha. "O passeio foi enriquecedor e gratificante, tanto como aluno quanto futuro Arquiteto e Urbanista. Conhecer a história, os processos que ocorreram no local, a preservação do local; é gratificante", diz Juan Andrade, aluno.
SOBRE O PARQUE
O Parque Estadual da Ilha Anchieta, além da proteção de sua fauna e flora, também guarda riquezas históricas com importantes capítulos da História do Brasil.
A Ilha, que tinha como seus primeiros habitantes os índios Tamoios e Tupinambás,se desenvolveu marcada por conflitos entre colonizadores portugueses, holandeses, franceses e outros europeus que chegaram à Ilha, além de escravos. Inicialmente, os indígenas a chamava, ironicamente, de Ilha de Tapira, que significa lugar calmo.
Atividades como pesca e agricultura de subsistência, tornaram possível seu desenvolvimento. Aos poucos surgiram uma pequena igreja, um cemitério, escola e variado comércio.
No ano de 1885, a Ilha passou a se chamar Freguesia do Senhor Bom Jesus da Ilha dos Porcos, ou simplesmente de Ilha dos Porcos.
Em 1902 o governo resolveu transformá-la em uma Colônia Penal, desalojando e desapropriando cerca de 412 famílias.
Em 1914 os presos foram transferidos para presídios de Taubaté. Porém, em 1928 foi reativada, para nela serem colocados os presos políticos da ditadura de Getúlio Vargas.
No ano de 1934, a Ilha dos Porcos mudou de nome, passando a homenagear o grande Jesuíta, e o nome ficou até hoje: Ilha Anchieta.
No ano de 1942 , o então Instituto Correcional da Ilha Anchieta, ganhou novas celas, criando um pátio central em forma de retângulo, destinado à área de convivência dos detentos, que naquele ano haviam cerca de 453 presos de alta periculosidade.
Infelizmente esse espaço tornou-se palco dos maiores massacres entre grupos rivais naquela época, na história dos presídios em todo o mundo.
Descontrolados, atearam fogo nos pavilhões, o que resultou no fechamento do presídio, definitivamente desativado em 1955.
Hoje as famosas Ruínas do Presídio são visitadas por milhares de turistas todos os anos.