Estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo caminharam cerca de 15 quilômetros pelo centro da cidade São Paulo.

Alunos do Grupo UniEduK desbravam urbanismo do centro da cidade de São Paulo

Estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo caminharam cerca de 15 quilômetros pelo centro da cidade São Paulo. Na oportunidade, passaram pelo MASP, diversos pontos culturais e históricos da Avenida Paulista, Vila Itororó, Bairro da Liberdade, Vale do Anhangabaú, Teatro Municipal de São Paulo, SESC 24 de Maio, Edifício Copan, Parque Augusta, Condomínio Conjunto Nacional e o Instituto Moreira Salles.

Em visita técnica, os estudantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da UniFAJ fizeram um verdadeiro “desbravamento” do centro da cidade de São Paulo. Eles foram acompanhados pelos professores Carlos Cenci, Fernanda Buga, Helena Arias e Lucas Nicésio. Lá, puderam compreender melhor sobre o urbanismo, o contexto histórico e as edificações do local.

A visita faz parte da metodologia da instituição de ensino, pertencente ao Grupo UniEduK, que considera que ações como essa fortalecem e ampliam o aprendizado dos estudantes de todos os cursos. A proposta é unir o universo acadêmico ao profissional, proporcionando aos alunos uma vasta formação.

Com isso, os estudantes têm a possibilidade de observar o ambiente real, em pleno funcionamento, de um patrimônio público, de uma instituição, empresa, órgão ou evento relacionado à área que estão estudando.

Confira, na íntegra, o relato do Carlos Eduardo Ferreira Quesada:

“No dia 16 de abril, tivemos uma das viagens mais interessantes do curso de Arquitetura e Urbanismo da UniFAJ. Após um longo período sem grandes viagens, por conta da pandemia, fomos visitar e entender mais sobre o urbanismo do centro da cidade de São Paulo, seu contexto histórico e edificações.

Acredito que essas vivências têm uma grande importância acadêmica na nossa formação, pois conseguimos, com auxílio dos nossos professores, ampliar nosso conhecimento, refinando o olhar estético e da percepção dos espaços, de uma forma lúdica, através da análise de alguns dos edifícios icônicos com fachadas arrojadas e dos elementos que compõem a ambiência de cada local. Coisa que só podemos absorver visitando presencialmente essas obras e com direcionamento dos professores.

  • MASP – Museu de Arte de São Paulo

Iniciamos a visita no MASP, onde pudemos entender sua estrutura, notando como seu grande vão se adequa perfeitamente ao local em que foi concebido, preservando a paisagem do vale.

  • Avenida Paulista

Seguimos pela Avenida Paulista que, aos domingos, fica fechada para carros e aberta ao público para caminhadas, passeios de bicicleta e grande apropriação do espaço público com atividades espontâneas.

  • Centro Cultural FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo)

Na caminhada pela Avenida, chegamos ao Edifício Luís Eulálio de Bueno Vidigal Filho, mais conhecido como FIESP, de autoria do arquiteto modernista Rino Levi, que nos impressionou com suas formas e fachada tecnológica pensada no final da década de 1970.

  • Teatro Gazeta e Santander Select

Na sequência, passamos pelo Edifício da Gazeta com seu pé direito altíssimo e com seu paredão de concreto que leva o nome Gazeta esculpido e mostra um pouco de como os arquitetos da época pensavam a relação com a rua.

Chegando ao Casarão de 1930, que hoje é o prédio do Santander Select, vimos um pouco da arte de Camilo Rodrigues, que deu vida a um dos únicos casarões, que ainda não foi tombado, por não se enquadrar nas leis de tombamento de São Paulo.

  • Edifício Santa Catarina e Escola Estadual Rodrigues Alves

Passamos também pelo Edifício Santa Catarina projetado pelo arquiteto Ruy Ohtake, onde sua fachada espelhada, com um vão entre os pavimentos e quinas arredondadas, também se tornou um marco da Av. Paulista.

Passamos ainda pela Escola Estadual Rodrigues Alves, edifício de 1909, projetado pelo arquiteto Francisco Ramos de Azevedo, que teve seu tombamento pela CONDEPHAAT [Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico Arqueológico, Artístico e Turístico] e está passando por um processo de restauração.

  • Hospital Santa Catarina e Casa das Rosas

Um pouco mais à frente, chegamos ao Hospital Santa Catarina, com sua capela datada de 1920, que passa quase despercebida aos transeuntes.

Alguns metros à frente, chegamos à Casa das Rosas, também projeto do escritório de Ramos de Azevedo, outra edificação que, felizmente, está em processo de restauro.

  • CCSP – Centro Cultural São Paulo

Chegamos ao fim da Paulista e fomos para o CCSP (Centro Cultural São Paulo), no qual vimos uma arquitetura bastante intrigante com seus pavimentos abertos ou com divisórias de vidro que possibilitam a permeabilidade visual em quase todo seu interior.

A ocupação do espaço chamou a nossa atenção pela diversidade de usos e culturas que coexistem ali. Havia pessoas dançando músicas coreanas, forró e dança de salão e danças típicas com castanholas. Sua cobertura verde traz uma sensação de tranquilidade e paz de espírito incrível, vale muito a pena visitar.

  • Vila Itororó

Mais adiante, fomos à Vila Itororó. Lá, conhecemos um pouco da história de uma família abastada que construiu a edificação utilizando elementos da demolição do antigo Teatro Municipal.

A família passou por uma crise financeira e o local acabou se tornando um cortiço. Em 2013, foi desapropriado para fins culturais e está em processo de restauro, após a entrega da primeira fase de restauração, em 2019, foi inaugurada e aberta ao público oferecendo diversas atividades artísticas e culturais.

Nesse espaço, conseguimos ter ideia de como e por que se fazer um restauro, não alimentando a visão do restauro como o resgate da originalidade, porque esse termo é bastante problematizado na disciplina de Técnicas Retrospectivas.

Considerando a complexidade histórica do espaço, é importante analisar o contexto onde se insere, sua história e o que de bom esse processo pode trazer para a sociedade.

A complexidade dos fatores a serem considerados nesse tipo de intervenção é muito importante para o desenvolvimento do nosso futuro como arquitetos, cidadãos e para a sociedade.

  • Bairro da Liberdade

Não paramos por lá, depois de andarmos mais alguns quilômetros chegamos ao famoso Bairro da Liberdade.

O bairro, atualmente conhecido pela ocupação por imigrantes japoneses, teve na sua origem relacionada à história dos negros na cidade de São Paulo. Pudemos conhecer a Capela Nossa Senhora dos Aflitos, datada de 1779, que recentemente ganhou visibilidade através da descoberta do seu cemitério na sua lateral, o que possibilitou as discussões sobre sua preservação e restauro.

Essa história tem passado por um processo de apagamento através do desenvolvimento urbano, o estabelecimento dos imigrantes japoneses, próximo a 1912, e a disseminação da sua cultura.

  • Vale do Anhangabaú

Saindo do bairro, pegamos o metrô com destino ao Vale do Anhangabaú, onde pudemos ver os três primeiros arranha-céus de São Paulo (Sampaio Moreira, Martinelli e Altino Arantes) e conhecer o edifício Praça das Artes, projeto do escritório Brasil Arquitetura, o seu contexto e relevância pela inserção urbana.

A edificação se destaca pela sua arquitetura arrojada de concreto, suas janelas com diferentes formatos e dimensões, a permeabilidade da quadra e também pela relação entre o novo e o antigo que proporciona destaque ao edifício do Conservatório Dramático e Musical, restaurado.

  • Theatro Municipal de São Paulo

Seguindo em frente, atravessamos a praça Ramos de Azevedo e chegamos ao Theatro Municipal de São Paulo, no qual só conseguimos acessar o hall de entrada lateral, mas onde foi possível vislumbrar esse importante marco da arquitetura eclética brasileira.

  • SESC 24 de Maio

Seguindo a caminhada, visitamos o SESC 24 de Maio, projetado pelo arquiteto Paulo Mendes da Rocha, com seus 16 pavimentos, sendo dois de subsolos, onde está localizado o teatro.

Seus 14 pavimentos são conectados por uma torre de rampas e elevadores responsáveis pela circulação vertical em toda a edificação.

Subimos caminhando pelas rampas, visualizando o prédio internamente, chegando ao café, no qual paramos para descansar e comer um lanchinho, aproveitando a sua beleza arquitetônica e entendendo as soluções técnicas utilizadas na concepção do projeto.

  • Edifício Copan e Parque Augusta

Saindo do SESC passamos pelo Edifício Copan, icônico edifício projetado por Oscar Niemeyer, que ocupa o miolo de quadra com seu uso misto e sua galeria de acesso público que se acomoda na topografia do terreno. Passamos ainda pelo Parque Augusta, onde tivemos uma explicação do processo de ocupação e negociações para a viabilização do mesmo.

  • CCN – Condomínio Conjunto Nacional e IMS (Instituto Moreira Salles)

Por fim, bastante cansados depois de caminhar quase 15km, retornamos à Av. Paulista, vimos o Conjunto Nacional e visitamos o IMS (Instituto Moreira Salles) onde encerramos nossa jornada pela cidade de São Paulo.

Agradeço a todos os envolvidos, os professores que foram excepcionais ao explicar e direcionar nosso olhar em cada um dos espaços visitados, os edifícios e as diversas aplicações dos cobogós.

Foi muito gratificante conhecer as referências projetuais que estudamos em sala de aula, com toda certeza, todos nós utilizaremos o conhecimento ao longo da nossa trajetória como estudantes e arquitetos.  Suamos a camisa nessa experiência maravilhosa e criamos um acervo de memórias que será levado conosco por longos anos”.  

Crédito relato: Carlos Eduardo Ferreira Quesada (sétimo semestre – Arquitetura e Urbanismo – UniFAJ).

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