ENFERMAGEM: febre amarela, um perigo real!

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Doença infecciosa febril aguda, a febre amarela é causada por um vírus transmitido pela picada dos mosquitos transmissores infectados e não há transmissão direta de pessoa a pessoa. A vacina é a principal ferramenta de prevenção e controle da doença.

Se você ainda tem dúvidas, confira algumas informações do coordenador de Enfermagem, professor Alexandro Marco Menegócio.

O que é a febre amarela?

É uma doença infecciosa febril aguda, transmitida por vetores, que pode levar à morte em cerca de uma semana, se não for tratada rapidamente. Os casos de febre amarela (FA) no Brasil são classificados como febre amarela silvestre ou febre amarela urbana, sendo que o vírus transmitido é o mesmo, assim como a doença que se manifesta nos dois casos, a diferença entre elas é o mosquito vetor envolvido na transmissão.

Na FA silvestre, os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes transmitem o vírus e os macacos são os principais hospedeiros. Nessa situação, os casos humanos ocorrem quando uma pessoa não vacinada adentra por uma área silvestre e é picada por mosquito contaminado. Na FA urbana o vírus é transmitido ao homem pelo mosquito aedes aegyptii, mas esta não é registrada no Brasil desde 1942.

  • Qualquer pessoa está em risco de contrair febre amarela silvestre?

Sim. Qualquer pessoa sem ter sido vacinada que viva ou visite áreas onde há transmissão da doença, pode ter febre amarela, independentemente da idade ou sexo.

  • A febre amarela é contagiosa?

A doença não é contagiosa, ou seja, não há transmissão de pessoa a pessoa. É transmitida somente pela picada de mosquitos infectados com o vírus da febre amarela.

  • Quais os sintomas da febre amarela?

Os sintomas iniciais incluem febre de início súbito calafrios, dor de cabeça, dores nas costas, dores no corpo em geral, náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada da pele e do branco dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência de múltiplos órgãos. Cerca de 20-50% das pessoas que desenvolvem doença grave podem morrer.

  • O que você deve fazer se apresentar os sintomas?

Depois de identificar alguns dos sintomas, procure um médico na unidade de saúde mais próxima e informe sobre qualquer viagem para áreas de risco nos 15 dias anteriores ao início dos sintomas e se você observou mortandade de macacos próxima aos lugares que você visitou.  Informe, ainda, se você tomou a vacina contra a febre amarela, e a data.

  • Como a febre amarela é tratada?

Não há nenhum tratamento específico contra a doença. O médico deve tratar os sintomas, como as dores no corpo e cabeça, com analgésicos e antitérmicos. Salicilatos devem ser evitados (AAS e Aspirina), já que seu uso pode favorecer o aparecimento de manifestações hemorrágicas. O médico deve estar alerta para quaisquer indicações de um agravamento do quadro clínico.

Importante: somente um médico é capaz de diagnosticar e tratar corretamente a doença.

  • Como a doença pode ser evitada?

A única forma de evitar a febre amarela é através da vacinação. A vacina está disponível gratuitamente durante todo o ano, nas Unidades Básicas de Saúde.

Importante: solicite informações a um enfermeiro ou médico sobre a vacina, pois existem algumas recomendações do Ministério da Saúde.

  • Quais são as áreas de risco?

No Brasil, não ocorre transmissão da febre amarela em cidades desde 1942, mas a possibilidade da transmissão em áreas urbanas existe desde a reintrodução do aedes aegyptii no país. Não está havendo transmissão nas cidades, porém o Ministério da Saúde coloca algumas regiões em alerta quando encontra macaco morto, como os municípios da nossa região: São Roque, Itapetininga, Capão Bonito, Angatuba, Itapeva, região de Marília - embora não esteja ocorrendo circulação viral, existem condições que podem permitir a eventual transmissão da doença.

  • Como se proteger contra febre amarela?

-   Usar repelente de insetos. Devem ser aplicados em toda a área de pele exposta respeitando os intervalos orientados pelos fabricantes e após contato com a água. Existem no mercado formulações próprias para crianças entre seis meses e dois anos de idade, para gestantes e também para aplicação em tecidos;

-   Proteger a maior extensão possível de pele através do uso de calça comprida, blusas de mangas compridas e sem decotes, meias e sapatos fechados. O uso de roupas claras facilita a identificação de mosquitos e permite que eles sejam mortos antes de picarem o indivíduo;

-  Passar o maior tempo possível em ambientes com portas e janelas protegidos por telas mosquiteiras;

-  Dormir sob mosquiteiros corretamente arrumados para não permitir a entrada de mosquitos (abas de abertura sobrepostas e barras inferiores embaixo do colchão);

-   Usar repelentes ambientais (sprays, pastilhas e líquidos em equipamentos elétricos) no quarto de dormir.

Crianças menores de seis meses de idade, que não podem receber a vacina e nem usar repelentes de aplicação direta na pele, devem ser mantidas o tempo todo sob mosquiteiros e/ou em ambiente protegido por telas. Crianças maiores de seis meses e adultos que por contraindicação clínica não possam ser vacinados ou que por qualquer motivo ainda não tenham recebido a vacina devem seguir as mesmas orientações descritas para os 10 dias após a vacinação enquanto durar o surto de febre amarela.

Referências:

http://portalsaude.saude.gov.br/index.php/o-ministerio/principal/secretarias/svs/febre-amarela

http://www.cives.ufrj.br/informacao/fam/fam-br.html

 

Alexandro Marcos Menegócio é enfermeiro, docente e coordenador de Curso de Enfermagem da Faculdade Max Planck. Tem pós-graduações em Administração Hospitalar, Enfermagem no Trauma, Psicopedagogia, Didática e Metodologia do Ensino Superior, Intervenções Multidisciplinar em Dependência Química e Metodologias do Ensino à Distância. Mestre em Gerontologia Social e membro do Grupo de Estudos na Saúde Mental na Unifesp, atualmente realiza especialização em Preceptoria.

 

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