ENG. CONTROLE E AUTOMAÇÃO - Próteses biomecânicas levam engenheiros de mecatrônica para área da Saúde

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Por ser um profissional que lida sempre com as tecnologias mais recentes do mercado, o engenheiro de controle e automação (ou engenheiro mecatrônico) possui um dever que vai além de seus conhecimentos técnicos – o papel de utilizar estas novas tecnologias de forma a reduzir custos e torná-las acessíveis àqueles que mais precisam.

Um exemplo típico desta atribuição são as próteses biomecânicas, desenvolvidas com o uso de alta tecnologia e implementação de baixo custo. Na cerimônia de abertura da Copa do Mundo de Futebol de 2014, tivemos o chute inicial dado por um paraplégico que vestia um exoesqueleto. O menino Ítalo, de 7 anos, recebeu em 2016 uma prótese de mão feita com o uso de uma impressora 3D no programa de televisão “Fantástico”. No mesmo ano, a menina Isabelly Teixeira também ganhou uma prótese de mão mecânica feita com o uso de uma impressora 3D, após perder uma das mãos em um acidente caseiro com fogos de artifício.

Com consciência dessa atribuição, os alunos Érica Gonzaga de Camargo, Guilherme Ferreira da Cruz, e Rafael de Melo Silva desenvolveram no ano de 2016, sob orientação do professor Leandro de Freitas Velozo, uma prótese de mão feita dos materiais poliméricos TPE (elastômero termoplástico) e PLA (ácido polilático). Ela funciona com filamentos de Nylon, que simulam os tendões e um sistema inteligente de roldanas atuado por servomotores. Na plataforma Arduino Uno foi implementada toda a programação em linguagem própria.

Esta prótese foi projetada levando em conta o uso das tecnologias mais recentes (tanto de materiais, quanto design biomecânico, 2eletrônica e programação), e também o custo baixo da prótese frente às alternativas disponíveis no mercado. A prótese é capaz de fazer os movimentos de preensão cilíndrica (pegada com os 5 dedos), pinça lateral (utilizando apenas polegar e indicador) e trípude (agarrar com os dedos polegar, indicador e médio).

Para realizar o projeto, além da grande experiência do professor Leandro em sistemas de automação, e da infraestrutura da Max Planck, os alunos tiveram acesso a vários estudos realizados pelo MIT (Massachusetts Institute of Technology) em próteses biomecânicas, e puderam adaptar estes estudos à realidade encontrada no nosso país. A prótese também teve validação do Prof. Dr. Antonio Carlos Ribeiro Eduardo: “Eu achei o trabalho magnífico. Como meu mestrado é nesta área, sei da importância. E eles conseguiram um resultado excelente, com dois movimentos, quando muitas próteses fazem apenas um. Isso demonstra que os alunos da MAX tiveram uma formação atualizada e bem alinhada com as necessidades do mercado”, comentou.

As expectativas com o projeto são muito positivas. Hoje, na Faculdade Max Planck, nós temos uma excelente infraestrutura e professores expoentes, como o Prof. Leandro, que tornam projetos como este possíveis. Acompanhei pessoalmente o esforço dos alunos na execução deste trabalho, e o resultado não poderia ter sido outro: o trabalho está excelente. Os alunos que fizeram o trabalho já terminaram o curso. Por isso, continuaremos o projeto com o professor orientador e novos alunos que se interessarem pelo tema. Este é um dos projetos que contribui tanto para a formação técnica dos nossos alunos quanto para a sua formação pessoal, o que para nós é prioridade.

Vinícius G. S. Simionatto é coordenador do curso de Engenharia de Controle e Automação na Faculdade Max Planck. Engenheiro de Controle e Automação, Mestre e Doutor em Engenharia Mecânica pela Unicamp, Pós-Doutorando em Engenharia Mecânica na Unicamp, revisor dos periódicos Acta Scientiarum - Technology, Journal of the Brazilian Society of Mechanical Engineering e Revista Intellectus. É consultor na área de Vibrações de Sistemas Mecânicos e trabalha em parceria com a ZF TRW.

 

09/02/2017

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