Ex-aluna UniFAJ conta em entrevista sobre sua trajetória e dificuldades

Em uma entrevista concedida ao jornal Gazeta de Cosmópolis, a proprietária de uma agropecuária e ex-aluna do curso de Medicina Veterinária da UniFAJ, Shirley Favião, 63, contou sua trajetória dentro da profissão. Na entrevista, a alumni aponta como decidiu mudar de profissão, deixando de ser professora de inglês para se tornar médica veterinária, iniciando a faculdade aos 49 anos.

No depoimento, ela faz um retrospecto e conta como um professor da UniFAJ, que era cliente da sua agropecuária, na cidade de Cosmópolis, indicou o curso de Medicina Veterinária. Ela conta que não se sentiu confiante, principalmente por trabalhar o dia todo. “No dia seguinte, ele me trouxe o flyer. O vestibular da segunda turma de medicina veterinária da FAJ [na época] seria em cerca de 15 dias”, relembra.

Na entrevista, Shirley conversa sobre como foi todo o seu processo para entrar na instituição e dizia que não acreditava na possibilidade de passar no vestibular por estar há 20 anos sem estudar. No final, a ex-aluna passou em 26º lugar de 550 candidatos para o vestibular da UniFAJ.

“Então, o combinado com o meu marido foi que eu trabalharia à tarde e iria na faculdade pela manhã. Acordava às 6h30 da manhã, ia para a faculdade, ficava até às 13h lá e voltava para trabalhar até às 19h. Mas, na época, eu já era dona de cada, então chegava lá e tinha que cuidar dos filhos, comida, animais e casa. De segunda, eu acordava de madrugada, às 3h, para estudar e às 6h eu ia para a faculdade”, relata.

Esforçada, Shirley afirma nunca ter pegado uma ‘DP’ (Dependência), e que se empenhou muito para acompanhar os alunos do primeiro ano, que em sua grande maioria tinha acabado de sair do ensino médio. “Batalhei bastante e consegui. Hoje eu estou cursando minha pós-graduação”.

Passando por algumas dificuldades sociais durante o seu primeiro ano, a médica veterinária conta que sofreu certo preconceito dos alunos mais jovens por ter ingressado no curso com uma idade diferente da maioria dos estudantes. Porém, sua maior dificuldade foi no primeiro ano de graduação e conforme conta, “depois disso, eles passaram a me tratar de igual para igual e tudo foi muito melhor”.

Ao finalizar, Shirley afirma ser muito feliz nessa nova etapa da sua vida. “Sou uma pessoa realizada, acordo todos os dias pela manhã para trabalhar e ser feliz”, e ao final da entrevista ela ainda dá um conselho para aqueles que querem seguir o seus desejos. “Não podemos ter vergonha da idade que temos para realizar nossos sonhos. Você pode realizar seus sonhos aos 18, 28, 58 ou 78, isso não importa. Corra atrás dos seus sonhos que eles vão se realizar, nunca desista”, afirma.

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