Aprender a Linguagem Brasileira de Sinais (Libras) é uma tarefa que exige dedicação e interesse na comunicação de gestos. Pensando em facilitar a vida de quem é leigo no assunto, um grupo de jovens especialistas em tecnologia da região de Campinas desenvolveu um aplicativo para celulares e tablets que ajuda na comunicação com pessoas que possuem deficiência auditiva.
O desenvolvedor Rodrigo Rovaron, formado em Ciência da Computação na Faculdade de Jaguariúna (FAJ), teve a ideia de criar um dicionário de Libras quando ainda estava na graduação e realizava um curso extracurricular de desenvolvimento em iOS, o sistema operacional da Apple. Ao lado dos colegas André Leandro Mietti, Bruno Carvalho Vargas Versignassi e Guilherme Avanci Pires, e contando com a ajuda de fotógrafos e intérpretes de Libras, desenvolveu um aplicativo – o “Uni Libras App” - que visa melhorar a comunicação entre pessoas com e sem deficiência auditiva, auxiliando-as a aprimorar seus conhecimentos na linguagem de sinais e na língua portuguesa.
Na interface do aplicativo, é possível baixar os conteúdos divididos por categorias, como Alimentos, Manutenção, Jurídico e Recursos Humanos, assim como outros itens comuns do dia a dia. Ao baixar as categorias desejadas, aparece uma lista com uma diversidade de itens e cada um com um vídeo de um professor ensinando a forma exata de gesticular.
“O usuário pode utilizar um índice de busca de palavras em Libras e num primeiro passo escolher, em um “avatar”, a área do corpo onde é realizado o sinal de Libras. Na sequência é escolhida a configuração de mão que ele utiliza no sinal e então são listadas as palavras possíveis. Em seguida ele é levado para a tela final onde encontra o intérprete de Libras, além de imagens e a palavra em português”, explica Rovaron. “É possível para o usuário que conhece apenas Libras usar o dicionário e aprender português e, da mesma forma, o usuário que conhece língua portuguesa pode aprender Libras”, completa.
Por enquanto o aplicativo Uni Libras está disponível apenas para usuários iOS e pode ser baixado gratuitamente. Uma versão Android está nos planos da empresa, mas ainda sem data de lançamento. Os criadores contam que estão em busca de financiamento para ampliar o projeto e levá-lo para todo o país. Até o momento sem obterem qualquer ganho financeiro com a ideia, eles afirmam que os maiores ganhos, até aqui, foram a experiência e a capacidade de inovação.
“Ao desenvolvermos um aplicativo deste nível, nos deparamos com inúmeras dificuldades técnicas e principalmente para encontrar voluntários para o projeto, como fotógrafos e intérpretes de Libras. Tudo isso nos proporcionou um ganho enorme na aprendizagem do que é o empreendedorismo”, ressalta Rovaron, graduado na FAJ em 2012.
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