Iniciativa foi idealizada pelo professor Wilson Ferrareto do curso de Administração para fortalecer a cultura do empreendedorismo entre os universitários
Por Márcio Aguiar
O Empreendedorismo está no DNA ou pode ser aprendido? A característica é inata ou esse é um perfil que pode ser construído ao longo da vida? O que faz alguém a ser ou se tornar empreendedor é um assunto sem respostas simples, talvez não exista uma fórmula, e seja fruto de muito esforço e dedicação. Pensando nisso, os cursos de Administração e Ciências Contábeis da Faculdade Max Planck realizaram nos dias 23 e 24, na Câmara Municipal, a 1ª Mesa Redonda de Empresários Empreendedores de Indaiatuba. O primeiro dia contou com a participação dos empresários, Hélio Rubens de Oliveira, da Casa da Esfiha e Edson Zerbini, da Vizzent Calçados.
O evento que se trata de um projeto piloto de empreendedorismo direcionado para os alunos das disciplinas de Gestão Empreendedora e Plano de Negócios foi aberto ao público e contou também com os estudantes de Gestão em Recursos Humanos e Marketing. A programação, que foi iniciada às 19h30, no auditório João Joab Pucinelli, teve nos dois dias a presença de quatro empreendedores de sucesso da cidade.
Estiveram presentes os professores do curso de Administração, Aníbal Malaquias, Jonival Cortes, Paulo Sérgio Maso, o idealizador do evento, Wilson Luiz Ferrareto e o coordenador do curso, Robson Paniago. Participaram também os professores, Nelson Ruggieiro de Ciências Contábeis, e Carlos Bizeto, coordenador do curso de Marketing.
O coordenador do curso de Administração, explicou que o encontro tem o objetivo de evidenciar o empreendedorismo com exemplos práticos de empresários de sucesso.
“A prática didático-pedagógica adotada com certeza irá propiciar aos estudantes propensão a empreender após o curso, indicando a possibilidade do ensino sistematizado do empreendedorismo”, afirmou. Ele citou que o empreendedorismo é uma veia sem volta. “São ensinamentos e experiências que vamos levar para a vida inteira”, ressaltou.
Empreendedores
Na maioria dos casos o empreendedor ‘puro’ talvez já nasça assim. No entanto, é possível que pessoas que passaram parte da vida como colaboradoras de outras empresas também possam se aventurar em seus próprios negócios, “despertadas” pelo ambiente ou pelas circunstâncias em que se encontram profissionalmente. Este é o caso, do mineiro Hélio Rubens de Oliveira, proprietário da Casa da Esfiha.
Na década de 80, o agora empresário Hélio iniciava uma longa trajetória. Funcionário de um restaurante árabe na capital paulista começou como lavador de pratos. Mas sempre cultivava o sonho de abrir seu próprio negócio. Determinado, chegou a gerente da casa. Fez economias e sentiu que era a hora de um voo solo. Montou seu primeiro estabelecimento no bairro do Ipiranga, em São Paulo.
Após um tempo, devido à agitação e violência da cidade grande, decidiu fazer uma aposta arriscada: transferir seu negócio para Indaiatuba, onde morava uma irmã.
No começo era um pequeno e simples restaurante com apenas 70m2 e dois funcionários. No entanto, o movimento foi crescendo mês a mês, tanto no local como no serviço de entregas. Ampliações foram necessárias para atender a demanda dos clientes. Anos depois, fazendo um enorme sucesso, deu mais um passo primordial e estratégico montando em um local próximo ao primeiro endereço, uma estrutura muito mais ampla, confortável e moderna, com 1.000 m2.
Com esta fórmula, instalações perfeitas mais produtos em sintonia com o que seu público deseja, fizeram da Casa da Esfiha um exemplo de empresa bem sucedida.
Segundo Hélio o que sempre norteou sua vida é de que tudo é possível. “Quando vim para Indaiatuba na década de 90, percebi que os estabelecimentos fechavam após as 17 horas. Daí percebi um nicho de mercado. Meu segmento tem maior movimento após este horário”, comentou. Hoje, a Casa da Esfiha é uma rede com seis lojas nas cidades de Indaiatuba (SP), Montes Claros (MG) e Piracicaba (SP).
Ainda de acordo com o administrador o colaborador tem que sentir importante. Talvez esta seja uma das fórmulas de sucesso que fazem da Casa da Esfiha referência no segmento de comida árabe. Sobre a concorrência, o empreendedor explicou que o fato dele ter focado seu investimento numa especialidade só, contribui para o crescimento da marca. Exemplo disso, quando o concorrente Habib’s chegou à cidade, a Casa da Esfiha teve maior crescimento ainda. ”Vejo a concorrência como um fator positivo”, disse. “O fato de o Habib’s trabalhar em três segmentos, comida árabe, italiana e americana, talvez tenha contribuído para o nosso crescimento, que é focado somente na comida árabe. Talvez este seja o meu diferencial”, explicou.
Responsabilidade Social
Uma das preocupações da empresa é referente à responsabilidade social. O Projeto Dia da Esfiha Amiga que já realizou nove edições, doou cerca de R$ 600 mil para as entidades assistenciais da cidade. Neste dia, toda a renda da venda de esfihas é revertida para a Federação das Entidades Assistenciais de Indaiatuba (Feai), que posteriormente repassa esses recursos para as entidades filiadas.
Líder de mercado
De oficina de conserto a uma rede de lojas de calçados. Indaiatuba tem um comércio forte e uma excelente oferta de serviços. A cidade conseguiu este crescimento com o trabalho de pessoas empreendedoras, caso do empresário Edson Zerbini que começou ajudando o pai numa sapataria aos nove anos, e hoje, mais de quatro décadas depois, possui uma rede de lojas líder no mercado de calçados em Indaiatuba.
O empreendedor contou o início e a trajetória do Grupo Sapataria São Vicente, fundado em 1964 em Indaiatuba, o grupo iniciou suas atividades como oficina de conserto de calçados, nos anos de 1980, evoluindo para comércio de calçados, em uma pequena loja, com estrutura familiar, e no final dos anos 80 e início dos anos 90, começou a ampliar com a abertura de novas unidades, chegando ao atual grupo, formado pelas operações de varejo Vizzent Calçados e Suzzara Calçados.
‘A pedra no sapato’
“A pedra no sapato do varejista de calçados é o segmento de tênis”. Essa citação, talvez, pareça apenas uma expressão idiomática, no entanto, para o administrador se trata de uma realidade que o setor tem enfrentado. Contudo, o que podia parecer uma dificuldade, para o empresário foi uma oportunidade. Ele contou que sempre existiram desafios, no entanto, empreendedor, juntou dinheiro e montou a primeira loja, em 1981, em busca do sonho de "ter uma grande loja de calçados" em pouco tempo deu um salto e criou a rede que conta atualmente com oito unidades.
Contando com cinco unidades em Indaiatuba e uma em Piracicaba, que agora passaram a se chamar Vizzent Calçados, e duas unidades das Lojas Suzzara Calçados, sendo uma em Indaiatuba, e outra no bairro Cambuí, em Campinas, que também integram a rede.
Esse é outro diferencial demonstrado pelo palestrante. “O mundo é estratificado. Existem consumidores que buscam preço. Outros, um produto com apelo da moda e tendência”, afirmou. A diversificação de produtos dentro do segmento é um diferencial do grupo que atende desde o consumidor das classes C, D e E até o cliente que busca um calçado com valor agregado ou tendência modista.
Marketing de impacto
De acordo com o gestor a mudança de nome da marca, ocorreu devido a uma necessidade de mercado. “Notamos que a marca estava perdendo o apelo para o público juvenil, devido ao cliente mais jovem ser suscetível às inovações e mudanças, decidimos mudar e acompanhar uma tendência de mercado”, explicou. Segundo ele foi desenvolvido um marketing de impacto para a criação da nova marca. “Da noite para o dia, nossa comunicação visual foi totalmente reformulada, o que causou um impacto nos consumidores”, contou.
Além disso, o grupo conta ainda com o sistema de vendas online, oferecido em uma plataforma totalmente voltada para a internet.
Com meio século de história, o Grupo Sapataria São Vicente conquistou solidez e credibilidade ao longo destes 50 anos, oferecendo qualidade, praticidade, conforto e agilidade, tornando-se assim uma empresa de médio porte e, conta atualmente com uma equipe qualificada, formada por 210 colaboradores.
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