O turismo é hoje um dos mais relevantes vetores do progresso e desenvolvimento econômico”, afirmou o especialista
Os que anseiam por uma formação superior em uma área em ascensão podem vislumbrar no turismo um mercado repleto de oportunidades. O otimismo em torno do setor é justificado nas palavras de um “papa” da área: o doutor em Ciências da Comunicação e Livre Docente em Turismo pela Escola de Comunicações e Artes da Universidade de São Paulo (ECA/USP), Mário Carlos Beni, 77 anos, que foi o convidado especial para proferir palestra durante a Aula Magna anual do curso Turismo da FAJ, na segunda-feira, 9.
Durante o evento realizado no Teatro Municipal de Jaguariúna, Beni foi categórico ao afirmar que o turismo é hoje um dos mais relevantes vetores do progresso e desenvolvimento econômico do mundo. “Sua receita supera a de outros segmentos e hoje equivale a 9% do PIB mundial”, disse o especialista a uma plateia formada por coordenados, professores, alunos e ex-alunos da FAJ, com membros do Conselho de Turismo de Pedreira e os secretários municipais de Turismo de Pedreira, Cláudio Cassiani, e Jaguariúna, Fernando Husch Pereira.
Mário Beni afirmou que o setor de serviços absorve hoje 60% da mão de obra no país e que, para o turismo, o papel das instituições de ensino superior exerce uma importância fundamental por alavancar estudos, projetos e oferecer formação profissional de qualidade. “É um curso de abrangência transversal, multi-inter-trans disciplinar”, argumentou, citando a evolução da graduação no Brasil, que teve um boom a partir dos anos 1950. “A partir daí, sempre cresceu. De 1970 a 1990 a USP teve mais concorrentes ao curso de Turismo do que em Medicina”.
O acadêmico ressaltou, porém, as dificuldades e desafios atuais enfrentados pelo setor, que, ainda assim, continua sendo um propulsor de oportunidades em um mercado amplo de atuação. “Temos 280 milhões de turistas em tráfego interno no Brasil, que é o público atendido pelo profissional de turismo”. Para ele, no entanto, falta planejamento ao setor. “O Estado não tem um plano diretor de turismo. Além disso, precisamos de parcerias público-privadas para termos a convergência. O que chamamos de modelo de regionalização, na verdade, trata-se de uma roteirização do turismo”, critica.
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