Polenta para cachorro: Vida de Bicho tira dúvidas com Grupo UniEduK
A médica-veterinária, Aline Ambrogi Franco Prado, docente do curso de Medicina Veterinária da UniFAJ explica, ao Portal Vida de Bicho da Globo, se pode oferecer polenta para cachorro. Ela falou sobre nutrientes, animais alérgicos a fubá, entre outras orientações sobre o assunto.
Confira o texto do Portal Vida de Bicho na íntegra:
Cachorro pode comer polenta? Veterinárias tiram a dúvida
Por serem pobres em nutrientes para os cães, tanto a polenta quanto o fubá são contraindicados para os pets
Frita, pura ou misturada com carne moída, a polenta é um alimento bastante apreciado pelos brasileiros, o que faz com que muitos tutores se perguntem se seus cães também podem apreciá-lo.
De acordo com veterinárias consultadas por Vida de Bicho, ainda que não seja um alimento tóxico aos cães, ele não é indicado, visto que a iguaria é pobre em nutrientes.
“A polenta é preparada a partir do cozimento de água e sêmola de milho — ingrediente muitas vezes produzido com componentes altamente tóxicos para os cães, como é o caso da cebola. Além de ser rico em calorias e pobre em nutrientes fundamentais para o organismo dos pets, o alimento pode causar reações adversas em indivíduos com intolerância”, explica a médica-veterinária Laíssa Santiago, especialista em nutrição animal.
Por que não se deve oferecer polenta aos cães
Ainda segundo a veterinária, a polenta não traz qualquer benefício aos pets, pelo contrário, se ofertada com frequência pode causar de problemas gastrointestinais a mau hálito. As contraindicações estariam relacionados ao fato do alimento ter como base um grão, que é uma das principais fontes de carboidrato.
“O excesso de grãos nas dietas de alguns cães pode estar associada a problemas como má digestão (gases, diarreia), obesidade, diabetes, acúmulo de tártaro, mau hálito e alergias”, elenca Laíssa.
A profissional destaca ainda que grãos de baixa qualidade para os pets, como milho, soja e trigo, costumam apresentar micotoxinas (substâncias tóxicas produzidas por bolores), que podem provocar efeitos agudos (hepatite, doenças renais), crônicos (alergias, imunodeficiências) e até mutagênicos, ocasionar, por exemplo, câncer.
Fubá pode ser oferecido ao pet?
Ainda que muita gente recorra ao fubá para alimentar o pet e que o milho seja usado na formulação de rações para cachorros, esse também não é um alimento apropriado para os cães, conforme explica a médica-veterinária Aline Ambrogi Franco Prado, docente do curso de Medicina Veterinária da UniFAJ:
“O fubá é um alimento de custo bem baixo, um carboidrato, que pode ser uma fonte de energia para os animais. Porém, ele é pobre em nutrientes essenciais, como a proteína. Bichos que comem somente fubá podem ter problemas graves de saúde, devido a deficiências nutricionais importantes”.
Na internet, é possível encontrar pessoas que incentivam o uso do alimento na dieta de animais idosos ou debilitados, com o intuito de abrir o apetite do pet. Contudo, as veterinárias desaconselham tal prática.
“O fubá causa rápida saciedade por ser um alimento alto em calorias, mas não deve ser utilizado em animais idosos e debilitados. Além de ser pobre em nutrientes, ele pode causar sobrepeso e obesidade, dependendo da quantidade ingerida”, diz Laíssa.
Aline completa, afirmando que animais alérgicos podem apresentar alterações dermatológicas e gastrointestinais. Segundo a professora, o mercado pet dispõe de alternativas melhores para alimentar animais com falta de apetite.
“É um mito achar que o fubá pode abrir o apetite dos pets. Já temos diversos alimentos comerciais completos e palatáveis para estimular os animais, além de medicações específicas para esse fim”, finaliza Aline.
Crédito: Vida de Bicho/Globo