Professora da UniFAJ e UniMAX luta pela inclusão de libras na educação básica

Keyla Lopes acredita em uma sociedade mais inclusiva e acolhedora com os surdos e vê muitos benefícios com essa conquista

Se comunicar por meio de Libras é muito mais do que uma habilidade. É uma forma de inclusão. Essa mudança da narrativa sobre a Língua Brasileira de Sinais (Libras) é uma das maiores lutas da professora de libras e do curso de Letras Libras do Centro Universitário de Jaguariúna (UniFAJ) e do Centro Universitário Max Planck (UniMAX Indaiatuba), Keyla Ferrari Lopes.

Desde abril de 2002 a Libras é reconhecida como meio legal de comunicação e expressão no País por meio da Lei 10.436. Por isso, seu ensino nas escolas como uma matéria obrigatória seria um diferencial muito importante de integração e é o que prevê o Projeto de Lei 2403/22, cujo objetivo é a inclusão da Libras nos currículos da educação básica (da pré-escola ao ensino médio). A proposta está em análise na Câmara dos Deputados.

Em alguns cursos da UniFAJ e da UniMAX essa já é uma realidade, a exemplo dos cursos de graduação nas licenciaturas e como disciplina optativa em alguns cursos de Saúde, como Medicina, Enfermagem, Fisioterapia e Psicologia. Mas a inclusão da língua no currículo da escola básica teria resultados extremamente positivos de inclusão, integração e socialização dos surdos e mudos.

“As crianças têm muita facilidade em aprender uma outra língua e assim trabalharíamos, de fato, a inclusão. A grande barreira para os surdos, no Brasil, é a língua. Infelizmente o país que domina a libras. E, por isso, lutamos para que ela entre no ensino básico e assim, a médio e longo prazo, nós teremos uma sociedade bilingue”, explica Keyla, que também é professora do curso de Libras do ensino à distância (EaD) da UniFAJ e UniMAX.

Dessa maneira, segundo Keyla, teremos médicos capazes de atender em libras, caixas de supermercado capacitados a atender surdos, assim como outros profissionais que atendem o público diariamente.

Isso vai facilitar não só a inclusão social do surdo, como a melhoria na qualidade de ensino para os alunos surdos, já que teremos professores bilingues que vão dominar a língua portuguesa e a libras. “Precisamos de uma sociedade que contemple a diversidade linguística e de uma sociedade bilingue para que os surdos se sintam mais incluídos, mas para que, principalmente, melhore a qualidade do ensino que é ofertada aos surdos”.

A expectativa de Keyla é que o projeto de lei caminhe e que, muito em breve, a libras seja oferecida no ensino básico. “As crianças que aprendem a língua vão se tornar muito mais empáticas e com mais facilidade cognitiva para aprender várias línguas. Só vejo benefícios nessa evolução”.

 

Dança e inclusão

Em parceria com o Instituto Anelo, a professora Keyla Lopes participou de um vídeo clipe lançado no dia 26 de setembro em comemoração ao Dia do Surdo. O videoclipe apresenta a libras e a mímica. “A intenção é mostrar para as pessoas que todo mundo pode entender e se comunicar de diversas formas, não apenas da forma verbal”, disse.

O videoclipe utiliza a dança por meio do ballet, da mímica e da libra. “Eu uso muito a dança no trabalho com pessoas com deficiência, já que ela é muito terapêutica e educativa, e então foi um convite muito especial e do qual fiquei muito feliz em participar”, declarou.

O Instituto Anelo desde 1996 contribui para o desenvolvimento integral de pessoas por meio da música e da cultura. É possível conferir mais informações sobre o processo de inclusão de libras nas escolas nesta matéria do Estadão, que contou com a participação da professora. E assistir o videoclipe feito em parceria com o Instituto Anelo aqui.

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