
Qual a contribuição da tecnologia na Enfermagem?
Convidamos os professores Elaine Valias (gestora acadêmica) e Alexandro Marcos Menegócio (orientador pedagógico) para uma reflexão sobre a contribuição da tecnologia na Enfermagem. Afinal, a automação – com a inclusão de robôs na área da saúde – seria uma ameaça aos profissionais? Acompanhe as opiniões dos docentes do Grupo UniEduK sobre o assunto que está na pauta da ONU.
A Organização das Nações Unidas (ONU) já antecipou que pretende apresentar oito robôs humanoides em uma cúpula global sobre Inteligência Artificial. Uma das funções desses robôs seria auxiliar em cuidados de saúde. Mas, afinal qual a contribuição da tecnologia na Enfermagem, por exemplo?
Para contribuir com a reflexão sobre esse assunto, convidamos os professores Elaine Valias (gestora acadêmica) e Alexandro Marcos Menegócio (orientador pedagógico), ambos do curso de Enfermagem do Grupo UniEduK.
Em primeiro lugar, falaremos sobre os motivos que levam tanto a ONU como alguns órgãos nos EUA a considerarem o emprego de robôs na área da saúde. Alguns locais até já efetivaram isso e colhem os resultados dessa iniciativa.
A ONU, por exemplo, apresentará as habilidades dos robôs no combate a incêndios, distribuição de ajuda e manejo da agricultura sustentável, além da prestação de cuidados à saúde, já citada. O evento em que isso ocorrerá está previsto para o mês de julho na Suíça.
De acordo com a ONU, as novas tecnologias podem ser aliadas na busca pelos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável – ODS – na luta contra a crise climática e apoio à ação humanitária.
Um dos motivos para a busca de uma alternativa é apresentado pela professora Elaine. “A Organização Mundial de Saúde estima um déficit de 5,9 milhões de enfermeiros em todo o mundo. Esse cálculo é baseado no envelhecimento populacional. O mundo está envelhecido e precisamos de profissionais por todo o mundo especializado no cuidado”, explica.
O Centro Médico Memorial Elmhurst, próximo a Chicago nos EUA, por exemplo, já contratou dois robôs para suprir a falta de mão de obra. Eles atuam na entrega de medicamentos e suprimentos durante 24 horas. Param apenas por um curto período para serem recarregados. Para esse trabalho, seriam necessários seis humanos.
Mas será que a contratação de robôs afeta os profissionais da área da saúde?
O professor Alexandro opina. “Não acredito que os robôs sejam uma ameaça aos profissionais. Acredito que eles podem colaborar muito para as ações que demandam dos profissionais, como trabalhos auxiliares não diretos com os pacientes”, considera.
E ele justifica sua opinião. “Assim, podemos aproveitar mais nosso tempo dedicado ao cuidado direto, contribuindo assim para uma melhora na assistência e na qualidade”.
Segundo o Centro Médico dos EUA, é exatamente isso que acontece. Os robôs não interagem diretamente com os pacientes. Sua função é aliviar o trabalho das equipes. Eles divulgaram que os robôs realizam cerca de 1.800 entregas por mês, economizando para a equipe humana mais de dois milhões de passos dados e 3.100 horas de trabalho.
“A tecnologia ajuda muito. Devemos sempre saber utilizar da melhor forma possível, em benefício ao paciente e minimizar a sobrecarga de tarefas indiretas, como pegar medicamentos na farmácia, transporte de uma bomba de infusão de um setor para outro, e várias outras atividades”, acrescenta o professor Alex.
Outros hospitais dos EUA, como o Centro Médico Cedars -Sinai, em Los Angeles, e o Hospital Presbiteriano do Texas, em Dallas, já adotaram robôs nos últimos cinco anos.
Por fim, a professora Elaine destaca que, além do alívio no trabalho diário do enfermeiro, a tecnologia pode ser um nicho a ser explorado por esse profissional.
Ela salienta que, para isso, no Grupo UniEduK, há a preocupação com o planejamento da assistência de Enfermagem, que envolve o pensamento crítico e reflexivo sobre a tecnologia.
“Uma demanda crescente na área da Enfermagem é a assistência em procedimentos robóticos. Desde então, a Enfermagem deve estar direcionada para as possibilidades nessa área, desde abrir um serviço até a organização de um Centro Cirúrgico que tenha robótica. Enfim, estar inserido na área do cuidado é ser receptivo às novidades!”, finaliza.
Com informações: O Globo e Folha de São Paulo.