Resgate da cultura afro-brasileira é destaque em projeto dos alunos da MAX
Trabalhos de Pedagogia, Educação Física e Nutrição abordaram a contribuição do negro no esporte, música, culinária, entre outros aspectos que marcaram a história do Brasil
Orientados pelos professores, Ana Lúcia Ratti Brolo e Marcelo Cerdan, os alunos dos cursos de Pedagogia, Educação Física e Nutrição da Faculdade MAX PLANCK fizeram uma imersão na cultura afro-brasileira. Como resultado do projeto os alunos realizaram apresentações a partir de temas geradores que resgataram a contribuição do povo negro para a música, esporte, arte e culinária, sobretudo, durante a época da escravidão. Preconceito, racismo, legislação e educação também foram abordados pelos estudantes.
De acordo com a professora de Educação Física, Ana Lúcia Ratti Brolo, um dos objetivos dela e do professor Marcelo Cerdan era a integração dos alunos desses três cursos. Já a escolha da temática surgiu com o documentário “Menino 23”, que retrata 50 meninos tirados de um orfanato no Rio de Janeiro e transformados em escravos em São Paulo, em, 1930, durante o Fascismo.
“A partir disso, começamos a elencar o projeto. Trouxemos a professora Joseni da Silva Cunha, professora da Prefeitura, especialista em cultura afro. Ela estuda a legislação que traz essa cultura para a escola como obrigatoriedade”, conta a professora Ana. “Ela fez uma apresentação, contação de história, cantou, encantou e nos mostrou a diferença entre racismo e preconceito. Entender o que a gente faz no dia a dia que ofende o outro. Os alunos foram sensibilizados e começamos a plantar a semente”, relata.
Entre os projetos aconteceu a demonstração de capoeira. “A capoeira é nossa luta raiz. Mostramos para os alunos ela não só como uma forma de cultura, mas de desenvolvimento pessoal, físico e treinamento. Usamos a capoeira para mostrar essa possibilidade, que é uma das artes marciais mais praticadas por todo nosso país e não só no Brasil, pois ela está bem difundida mundialmente”, ressalta o coordenador do curso de Educação Física, professor Pedro Bulgarelli.
O aluno do 7º semestre Educação Física, Guilherme Junior Gardinalli, conta sobre o nascimento desse esporte no país. “A capoeira surgiu da oportunidade de encontrar a liberdade através da luta. Eles começaram a treinar o karatê, o boxe, o jiu-jitsu, só que para disfarçar utilizaram a ginga, falavam que estavam utilizando como dança”, disse. “Outro diferencial é a musicalidade da capoeira. Não se joga capoeira sem música. Foi uma coisa bem inteligente por parte dos escravos naquela época, que não tinham muitos recursos”, complementa.
Já o projeto do grupo da aluna do 5º semestre de Pedagogia, Paloma Figueiredo Reis, abordou sobre a influência da culinária afro. “Falamos sobre os alimentos, de como a cultura africana sofreu alterações e contribuiu para nossa cultura. A gente, normalmente, acha que é só os portugueses e esquece dessa raiz africana. A gente escolheu o mugunzá, popularmente conhecido como canjica, que tem a salgada e a doce, feito com o milho de canja. Ela foi adaptada aqui no Brasil, mas na África era feita só com milho cozido, não tinha muitos temperos e eles foram se adaptando para vender quando podiam trabalhar fora da lavoura. A gente quis resgatar essa cultura, porque a gente come até hoje a canjica doce. No nordeste o mugunzá é salgado. A gente estranha, mas é muito popular”, conta.
Líderes que marcaram história nas contribuições da cultura afro-brasileira foi o tema escolhido pela equipe da aluna do 5º semestre de Pedagogia, Gabriele Luize da Silva Miranda, que considera esse tipo de aprendizado muito importante para sua carreira. “Isso tudo faz a gente aprimorar nosso crescimento como professor”, salienta.
Também do 5º semestre de Pedagogia, o grupo da aluna Ana Carolina Tavares de Souza produziu um minidocumentário sobre a cultura Afro-Brasileira na Educação. Os alunos participaram de todas as etapas de produção, desde as entrevistas até a orientação para edição do material. “A gente quer utilizar isso para outras pessoas, para conhecimentos futuros e como ele é bem real, ficou muito fiel, vai ser fácil outras pessoas reproduzirem. A gente vai disponibilizar para quem quiser utilizar para fins educativos”, disse a estudante.
Outra equipe do 5º semestre de Pedagogia abordou a História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, conforme determina a Lei 10.639/03 e as Diretrizes Curriculares Nacionais apresentando uma dramatização de julgamento a partir do caso de um menino que sofre com o racismo no âmbito escolar. Com base nesse relato foi simulado um julgamento, com a presença de uma advogada convidada, em que os alunos colocaram a escola como ré e o menino como vítima. A escola foi representada pela direção e demais testemunhas e o menino pela família. Os alunos simularam o papel da defesa e da acusação e com base na lei estudada foi dado o veredicto.
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Texto: Tatiane Dias – (MTB 67029)
08/08/2018